Ser Vegetariano: Uma Escolha Sustentável

Discorrer do tema vegetarianismo no mundo em que vivemos hoje, deixou de ser uma simples filosofia de vida defendida por uma pequena massa, para se tornar parte integrante das discussões/ preocupações/ soluções sobre Meio Ambiente e Sustentabilidade.
Podemos tomar como base os diversos artigos aqui já publicados por outros autores, em defesa de um consumo mais consciente, livre de desperdício e supérfluos.


Tentando ir um pouco mais além, é importante que voltemos ao passado, poderemos verificar que na história de nossos antepassados, chegando ao representante bípede, Australopithecus, descobrimos que esse possuía uma dieta restritamente a base de frutas, seus dentes eram adaptados a um tipo
de dieta vegetariana, somente com uma grande crise climática que assolou a África há mais de 4 milhões de anos, que esses se viram deparados com uma oferta muito escassa dos hábitos alimentares precedentes, e a busca por alimento passou a ser de acordo com o que encontravam dispostos. Inicialmente, alimentavam-se de cadáveres de animais abandonados por animais carnívoros, o homem “prévio” e o atual nunca foi equipado para a caça ou alimentação carnívora.
Simplesmente nunca dispusemos de garras ou presas que pudessem perfurar, rasgar ou cortar carne ou couro crus. E bom pautar aqui e questionar o que a sociedade e a “cultura” acabam nos impondo implicitamente como verdades absolutas... Consta que somamos milhões de vegetarianos espalhados pelo mundo, que viveram ou vivem suas vidas no decorrer da história, de forma plena e saudável. Estudos apontam que quem é vegetariano, vive mais, melhor e livre de doenças que afligem os “carnívoros”.


Se no passado havia pouca disponibilidade de alimentos de origem vegetal devido à crise citada anteriormente, hoje a partir da produção de inúmeras variedades de cereais, leguminosas, oleaginosas, hortícolas e frutos o ser humano tem a chance de preservar o planeta e a si mesmo. As estimativas do que se gasta na produção de carne é assombrosa, o enorme desperdício de recursos naturais têm como consequência grave conflitos sociais, ambientais e econômicos. O desmatamento decorrente da abertura de novas pastagens ou agricultura para abastecimento de produtos animais é um dos motivos mais alarmantes de emissão de CO². Quando se derruba uma floresta, o carbono da vegetação que antes existia, escapa para a atmosfera, as queimadas e a decomposição da matéria orgânica colaboram para essa emissão também, além da emissão de outro gás, o segundo na lista de que deve ser controlado, metano, que é emitido através da criação de gado, de algumas plantações e do tratamento inadequado do lixo e esgoto. Os desejos dos animais, que num passado eram prontamente integrados na natureza, hoje, produzidos em larga escala, acabam por ser um dos agravantes na poluição e contaminação de solos e água.


Não há dúvidas que dispomos de solo fértil, energia e água para alimentar toda a população mundial, o que deve urgentemente ser modificado é a forma de distribuição, a luta contra a fome, deve ser travada concomitante à luta contra o desperdício, à favor da igualdade, por um mundo justo e mais saudável. E nunca é demais enfatizar as questões que permeiam o bem estar animal e seus direitos, que hoje são descaradamente ignorados pelo consumo cego do modo de vida ocidental-superficial. Repensar nossos hábitos é parte do progresso do nosso planeta.


Biológa Livia Brito